Sentir o coração disparar é um sintoma bastante comum e isso pode acontecer por vários motivos, tais como: emoções, estresse, exercícios físicos e febre. Porém, em alguns casos, pode estar relacionado a uma categoria de doença do coração: as Arritmias Cardíacas.
Para compreender o que são as Arritmias Cardíacas, é preciso entender como funciona a regulação do ritmo do coração.
Nosso coração é uma bomba hidráulica biológica que tem a capacidade de relaxar e se contrair, permitindo assim que haja circulação de sangue por todo nosso corpo. Chamamos isso de batimento cardíaco, o qual normalmente fica entre 60 a 100 por minuto em repouso e é regulado por um sofisticado sistema elétrico no próprio coração.
Durante a atividade física ou situações intensas de estresse, sentimos que o coração bate mais rápido. Isso faz parte do funcionamento normal do organismo, pois a demanda de oxigênio e nutrientes pelos órgãos aumenta nessas situações e é pelo sangue que eles chegam. Diferentemente, durante o sono, normalmente o coração funciona em um ritmo mais devagar, pois o corpo consome menos nutrientes e oxigênio. Mas se o coração dispara ou desacelera sem ter um motivo aparente, pode se tratar de uma arritmia cardíaca.
Tipos de Arritmia
Quando ocorre alguma doença ou alteração no sistema elétrico cardíaco, podemos apresentar algum tipo de arritmia que são classificadas em:
1) Bradicardias
Quando a velocidade do impulso elétrico fica lenta ou quando fica bloqueada em alguma estrutura, o coração passa a bater muito lentamente. Chamamos isto de bradicardia.
2) Taquicardias
Em outros casos, o impulso elétrico pode ficar muito acelerado. São arritmias chamadas de taquicardias. Isso pode acontecer quando um foco do coração fora do sistema elétrico normal “dispara” ou, mais comumente, quando esse impulso elétrico utiliza vias elétricas anormais e faz o coração ficar muito acelerado.
O que acontece durante as arritmias?
Quando o coração bate de forma errada, ele não bombeia sangue tão eficientemente quanto deveria, diminuindo a entrega de sangue com oxigênio e nutrientes para o corpo. Isso pode gerar sintomas como:
- Palpitações;
- Falta de ar;
- Dor no peito;
- Tonturas;
- Desmaios e até mesmo possibilidade de morte súbita.
O diagnóstico de uma arritmia é feito através da história clínica, de exame físico e de alguns testes específicos, dependendo da arritmia que se suspeita. Além dos exames de sangue, seu médico pode solicitar: eletrocardiograma, ecocardiograma, Holter 24 horas, Teste Ergométrico e Estudo Eletrofisiológico.
Tratamento de Arritmia
O tratamento depende do tipo da arritmia – sua frequência, duração, sintomas, problemas cardíacos concomitantes e riscos associados. Algumas arritmias são muito benignas e exigem apenas o acompanhamento clínico e orientação ao paciente, porém, algumas arritmias podem ser extremamente graves e ameaçadoras à vida, exigindo tratamento especializado.
Em casos menos urgentes, algumas arritmias podem ser tratadas com medicamentos para estabilizar os batimentos cardíacos ou prevenir complicações. Esses medicamentos incluem os antiarrítmicos para estabilizar o ritmo do coração e os anticoagulantes para “afinar” o sangue em casos que exista risco de formar coágulos no coração, como na Fibrilação Atrial, por exemplo.
Já nas arritmias graves e com risco iminente de morte, é preciso fazer um tratamento emergencial para restaurar o ritmo do coração através de um choque no peito (cardioversão ou desfibrilação elétrica) ou de medicamentos intravenosos.
Tratamentos especializados também foram desenvolvidos recentemente para restaurar o ritmo normal do coração e reduzir os riscos que acompanham as arritmias cardíacas. Esses incluem: marca-passo cardíaco para bradicardias, cardiodesfibrilador implantável (CDI) para prevenção de morte súbita e ablação por cateter para tentar eliminar a arritmia. Um especialista em arritmia pode indicar se algum desses tratamentos pode ser útil no seu caso!